Toda a semente de árvore cresce vagarosa e silenciosamente...
E é neste silêncio que ela se eleva do fundo da terra..
As chuvas caem sobre si como um maná que cai dos céus,
E ela vai brotando, devagar, ao som do vento que a toca.
Vai-se deleitando com o cântico dos pássaros que voam.
Vai-se alimentando do solo onde repousa.
Eleva-se em direcção ao azul do céu, lentamente e sem pressa.
De invisível semente, transforma-se em robustez e em beleza,
Adornando-se de braços suspensos e brincos de folhas.
Vem um calendário de estações que vai passando,
E a árvore continua a elevar-se, estendendo os seus ramos orgulhosos.
O musgo vem prender-se à sua formosura e alí a veste com um traje real.
E os trevos constróem tapetes entrelaçados com flores silvestres.
E a árvore cresce, adornada nos seus cantos pelos ninhos.
E toda ela, majestosa e adornada, vai-se dirigindo ao infinito.
E um dia olha em seu redor... e vê que se encontra numa floresta imensa...
Na qual outras árvores cresceram tal como ela e são suas semalhantes.
O seu olhar vagueia no horizonte e recolhe-se com o cair das trevas.
E volta a abrir os seus braços com o nascer da alvorada.
As suas raízes cimentam o seu tronco e sustentam a sua grandeza,
E tantos anos se passaram em silêncio...
E nada mais foi preciso que o tempo...